segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A sociedade grega

Introdução  
A sociedade grega era marcada por profundas desigualdades sociais. Embora houvesse uma diferenciação na organização social de cada cidade-estado, no geral quase todas seguiam certo padrão. Vamos usar a cidade-estado de Atenas como exemplo.
Os cidadãos
Os homens livres e nascidos nas cidades-estados eram proprietários de terras, formavam a aristocracia rural, e possuíam uma boa condição econômica e social. Conhecidos como eupátridas em Atenas, eram os únicos que possuíam direitos políticos. Vale lembrar que as mulheres e crianças de Atenas não eram considerados cidadãos e, portanto, não podiam participar da vida pública. Formavam a minoria da sociedade.
Os estrangeiros
Originários de outras cidades-estados, colônias ou regiões, os periecos trabalhavam com artesanato e comércio. Não podiam participar da vida pública de Atenas, pois não possuíam direitos políticos. Os periecos também não podiam ser proprietários rurais.
Os escravos
Era a grande maioria da sociedade. Eram, principalmente, prisioneiros de guerras, capturados e comercializados. Executavam quase todo tipo de trabalho, desde atividades domésticas até trabalho pesado na extração de minérios. A base da mão-de-obra na agricultura também era escrava. Tinham uma vida marcada por sofrimento, pobreza e desrespeito. Em função destas condições, ocorreram várias revoltas sociais envolvendo os escravos gregos.

Períodos da História da Grécia Antiga


Pré-Homérico - entre 2000 e 1.100 a.C
- época de ocupação do território da Grécia. Desenvolvimento das civilizações Micênica e Cretense. Invasão dos Dórios no final deste período, provocando a dispersão dos povos da região e ruralização.
Homérico - entre 1.100 e 700 a.C
- conclusão do processo de ruralização das comunidades gentílicas. Nos genos havia a coletivização da produção e dos bens. No final deste período, com o crescimento populacional, ocorreu a desintegração dos genos. 
Arcaico - entre 700 e 500 a.C
- surgimento das pólis (cidades-estados) com a formação de uma elite social, econômica e militar que passa a governar as cidades. Neste período ocorreu a divisão do trabalho e o processo de urbanização. Surge o alfabeto fonético grego e significativo desenvolvimento literário e artístico.
Clássico - entre 500 e 338 a.C
- época de grande desenvolvimento econômico, cultural, social e político da Grécia Antiga. Época de grande fortalecimento das cidades-estados gregas como, por exemplo, Esparta, Atenas, Tebas, Corinto e Siracusa. Foi também uma época marcada por conflitos externos como, por exemplo, as Guerras Médicas (entre gregos e persas no século V). Ocorreu também, neste período, a Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta). 
Helenístico - entre 338 e 146 a.C
- fase marcada pelo enfraquecimento militar grego e a conquista macedônica na região. A cultura grega espalha-se pela região, fundindo-se com outras (helenismo).

Conheça os principais deuses gregos

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.
Poseidon
 - deus dos mares
Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem.
Ares - divindade da guerra..
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de AtenasCronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempo
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações
Hefesto - divindade do fogo e do trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :


Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.
Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
Quimera : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.
Medusa Medusa: mulher com serpentes na cabeça
O Minotauro 
É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.
Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.
Deuses gregos
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos.
Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.

Mitologia Grega


Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos.
Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
 Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos,  políticos e culturais.

Entendendo a Mitologia Grega. 
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Grécia Antiga parte 2

Grécia Antiga parte 1

Algumas imagens sobre a Grécia Antiga









Um pouco mais sobre a Grécia


Conseqüências da Desintegração
No plano social, aumentaram as diferenças, com grandes proprietários de terras férteis e pequenos proprietários de terras pouco férteis, além de grande número de indivíduos que perderam a propriedade, inclusive descendentes de proprietários que, depois de muitas divisões por herança, ficaram com lotes insignificantes. Estes últimos formaram uma camada marginal, errante, que vivia de míseros salários ou de esmolas. Outros se lançaram à aventura da pirataria, tendo sido os precursores do comércio marítimo. Poucos tiveram sucesso nesta última atividade; eles em geral se integraram com a aristocracia proprietária através do casamento. Coexistiam grupos de tipo patriarcal, famílias pequenas e indivíduos isolados. A propriedade coletiva subsistia ao lado da privada e até a co-propriedade.
No plano político, a desintegração gerou a passagem do poder do pater-familias para os parentes mais próximos, os eupátridas (filhos do pai), que monopolizavam os equipamentos de guerra, a justiça, o poder religioso, todo o poder político enfim. Esta camada deu origem à aristocracia grega, cujo poder resultava da posse da riqueza fundamental: a terra.
O Desenvolvimento Urbano
Os aristocratas se uniram em fratrias (irmandades); as fratrias, em tribos. Da união de várias tribos e da aglutinação de seus vilarejos (fenômeno de cinesismo), surgiu a organização política típica da antiga Grécia: a cidade-estado (polis).
Para isso foi fundamental o rompimento da unidade do genos, do contrário, as cidades não teriam passado de associações políticas temporárias. Com a polis, passaram a construir a base da sociedade e seu elemento de união. Apresentavam características próprias: a ACRÓPLE, templo construído sobre uma elevação; a ÁGORA, praça central; e o ASTI, mercado de trocas. Ocorria a passagem da economia gentílica para a urbana, ainda impregnada de elementos da economia familiar, mas já trazendo os sinais da futura economia internacional grega.
A Colonização e seus Fatores
Na metade do século VIII a.C., os gregos iniciaram uma expansão que se prolongaria por dois séculos, chamada de segunda diáspora grega. Os fenômenos sociais que transformaram o regime antes do final do século VIII a.C. agiriam com intensidade nos séculos seguintes.
A desintegração do genos foi decisiva para a expansão grega, pois os filhos mais novos ou desfavorecidos deixavam a pátria e iam buscar uma vida mais lucrativa. Do mesmo modo, os marginalizados do poder político da polis foram lutar por maior participação em outras polis fora da Grécia.
Os colonos estabelecidos em novas terras passaram a produzir gêneros que as polis não eram capazes de prover, ao mesmo tempo que consumiam excedentes da Grécia, como vinho e azeite.
O progresso técnico também estimulou a busca do exterior: o uso da âncora e o aperfeiçoamento dos barcos, com maior capacidade de transporte. Ao mesmo tempo, o declínio do poderio fenício na Ásia facilitava a travessia dos mares.
Áreas e Mecanismos de Colonização
Uma das primeiras áreas colonizadas foi a Trácia, nas costas da Macedônia e ao norte do Mar Egeu, região atraente pelos campos de cereais e vinhas, bem como por suas montanhas com florestas e minas de ouro e prata.
Abidos, no atual Estreito de Dardanelos, e Bizâncio (hoje Istambul) tornaram-se cidades mercantis. Ao penetrarem no Mar Negro, os gregos foram fundando em sua costa algumas cidades como Odessa, Tanais, Queroneso e outras colônias – palavra que significa da casa. Do Mar Negro, os gregos exportavam cereais, madeira, peixes e frutas.
Ao sul do Mediterrâneo, com o consentimento dos faraós, os gregos fundaram Naucratis, no delta do Nilo. A oeste do Egito surgiu Cirene.
Em direção ao ocidente, os gregos fundaram uma série de cidades na Itália, a partir de 750 a.C., das quais destacavam-se Sívares, Crotona e Tarento, no Golfo de Tarento; Messina e Siracusa, na Sicília; Possidônia, Nápole e Cumas, na costa do Mar Tirreno. Era a Magna Grécia. Ainda mais a oeste, os gregos se estabeleceram no sul da Gália, onde fundaram Marselha, Nice, Antibes e Mônaco. A concorrência dos fenícios, firmemente plantados em Cartago, dificultou a colonização das costas espanholas.
Posteriormente, as cidades-estado passaram a organizar a colonização, inicialmente feita ao acaso. Os colonos passaram a partir sob o comando do OIKISTE, acompanhados de sacerdotes e adivinhos. Desembarcavam, ofereciam um sacrifício e dividiam a terra em lotes, distribuídos entre os participantes da expedição. Suas relações com a metrópole eram de natureza mais cultural do que política, completando-se pelo intercâmbio econômico.
O mundo grego havia se expandido por quase todo o Mediterrâneo e embora de caráter basicamente agrária, a colonização não impediu o desenvolvimento de atividades industriais e comerciais.

Grécia³

 O Período Homérico
O período se chama homérico porque seu estudo se baseia em duas obras atribuídas a Homero: a Ilíada e a Odisséia. A Ilíada marca a tomada de Tróia pelos gregos, com a concentração do autor no herói Aquiles, com sua cólera contra Agamenon, que lhe roubou a escrava Briseida. No início, Aquiles nega-se a lutar, mas a morte de seu amigo Patroclo o faz mudar de idéia.. Uma parte importante da Ilíada descreve o cavalo de madeira com o qual os gregos "presenteiam" os troianos para tomar sua cidade.
Quanto à Odisséia, sua maior parte descreve o retorno do guerreiro Ulisses ao Reino de Ítaca. Mas a obra ocupa-se de três temas fundamentais: a viagem de Telêmaco, as viagens de Ulisses e o massacre dos pretendentes de sua mulher, Penélope. Ilíada e Odisséia possuem diferenças claras no vocabulário e no estilo, apesar de serem atribuídas ao mesmo autor. Na Ilíada não se menciona o uso do ferro; na Odisséia há referências constantes ao metal: calcula-se um intervalo de 50 anos entre uma obra e outra: a Ilíada no fim do século IX a.C.; a odisséia em meados do século VIII a.C. Provavelmente aquela seria obra de um poeta jônico e esta última, de um poeta das ilhas. Além disso, as obras sofreram alterações dosaedos, poetas que transmitiam os poemas oralmente, através das gerações. Ambas as obras só ganharam forma escrita no século VI a.C., em Atenas, durante o governo do tiranoPsistrato.
O Sistema Gentílico
a.C. era o genos, uma A célula básica da sociedade grega após o século XII grande família, com todos os descendentes de um mesmo antepassado vivendo no mesmo lar. Cada membro (gens) dependia da unidade da família, que por sua vez era chefiada pelo poder ao filho mais pater-familias, que passava o velho; tinha seu culto aos antepassados; sua própria justiça, baseada no costume. A economia consistia na administração da casa, conforme indica a própria origem da palavra: uma casa. A família oeconomia, arte de administrar era como uma autarquia, isto é, uma organização fechada, auto-suficiente.
Os bens produzidos, assim como os instrumentos e a propriedade, eram coletivos e não podiam ser vendidos, transferidos ou divididos. O trabalho também era coletivo e a família expulsava quem se recusasse a trabalhar. A produção era distribuída igualitariamente, o que impedia a diferenciação econômica entre os membros dos genos. Ocasionalmente, sendo a família pouco numerosa ou inábil para algumas tarefas, usavam o trabalho de escravos ou artesãos em certas atividades.
De economia predominantemente agropastoril, coletivista social e economicamente, o genos não deixava de apresentar diferenciações individuais, pois a posição da pessoa na família dependia de seu parentesco com o pater-familias. No plano político, o poder – patriarcal – se baseava no monopólio de fórmulas secretas, que permitiam ao chefe o contato com os deuses protetores da família.
Os Genos se desintegra
O sistema gentílico estava fadado a durar pouco. O genos começou a enfrentar dificuldades de mão-de-obra suplementar, de produtos que só podiam ser cultivados em certos tipos de solo.
A transformação devia-se a dois fatores:
I. A produção não crescia proporcionalmente à população, devido às técnicas rudimentares, advindo então a queda da renda familiar, provocando descontentamento;
II. O genos passou a dividir-se em famílias menores, enfraquecendo-se; filhos mais novos e bastardos protestavam contra a vida difícil; cada um trabalhava com menos estímulo e mais exigência na divisão dos produtos. Desenvolveu-se o gosto por luxo e conforto, fortalecendo-se assim o individualismo, que trouxe a necessidade de dividir a propriedade coletiva.
Em muitas famílias, os lotes foram divididos por sorteio e, mais tarde, em razão de herança, poderiam ser novamente divididos. Começava a luta, cada vez mais violenta, pela posse da terra. Porém, o novo regime ainda não era completo, havendo exceções: nas reservas coletivas, particulares só podiam possuir as terras mais férteis; em muitas propriedades conservava-se o sistema de rodízio do lote entre os antigos membros do genos; em certas regiões, os lotes podiam ser divididos, mas não repassados para quem não tivesse pertencido ao antigo genos.

Grécia Antiga²

A Grécia antiga começava no sul do Monte Olimpo, ao sul dos Bálcans. Ao norte doGolfo de Corinto, fica a Grécia Continental, ao sul, a Grécia Peninsular. Existe ainda aGrécia Insular, formada pelas ilhas do Mar Egeu.
A Grécia continental é montanhosa, com planícies férteis isoladas. O relevo explica o surgimento de Estados locais, pois as comunicações eram difíceis. Já na Grécia peninsular, de litoral recortado por golfos e baías, navegava-se facilmente de um ponto a outro da costa. Na Grécia insular, as numerosas ilhas permitiam a navegação com terra sempre à vista, o que era fundamental numa época de técnica naval precária.
Esses condicionamentos geográficos explicam a tendência grega de integração com exterior, mais do que com o interior.





O Povoamento

Os gregos ou helenos (de Hélade, primitivo nome da Grécia) são de origem indo-européia. Os indo-europeus ou arianos, começaram chegar à Grécia por volta de 2.000 a.C.
Primeiro os s, com seus rebanhos, ocupando as melhores terras e tornando-se sedentários, tendo assimilado povos mais antigos, ospelágios, ou pelasgos, provavelmente de origem mediterrânea, que se encontravam no estágio neolítico. Formaram centros urbanos como Micenas, Tirinto e Argos. Os habitantes de Micenas entraram em contato com a Ilha de Creta, onde havia uma civilização avançada. Ambas as culturas se integraram e desenvolveram a civilização creto-micênica.
Por volta de 1.700 a.C., os núcleos arianos na Grécia foram fortalecidos com a chegada de novos grupos arianos: os jônios e os eólios. A integração foi pacífica e nessa época, a civilização creto-mic6enica chagava ao auge.
Havia o domínio cretense do Mar Egeu e os aqueus aprenderam com eles técnicas agrícolas, navais e valores religiosos. Acabaram superando os mestres, destruindo-os por volta de 1.400 a.C., estendendo então suas atividades comerciais e piratas até as costas da Ásia Menor, na "Rota do Peixe Seco e do Trigo",, nas proximidades do Mar Negro(ponto Euxino).
No início do século XII a.C., os Gregos destruíram TRÓIA (Ílion, em Grego), cidade que ocupava posição estratégica nos estreitos, entre o Egeu e o Negro. Isto lhes deu o controle do tráfico marítimo na região.
A civilização micênica expandia-se em direção à Ásia, quando chegaram os Dórios, último grupo de povos arianos a penetrar na Grécia. Mais aguerridos, nômades ainda, conhecedores de armas de fogo, os dórios arrasaram as cidades gregas, resultando numa fuga da população para o interior ou para o exterior. Os gregos com isso fundaram inúmeras colônias nas costas da Ásia Menor e em outros lugares do Mediterrâneo, o que se constituiu na primeira diáspora grega, marcando um novo período na história da Grécia. Houve uma certa regressão, com o desaparecimento da vida urbana e a organização do povo em pequenas comunidades onde a célula básica era a grande família, ou GENOS. Alguns historiadores chamam a este período de Idade Média Grega.

Sociedade e organização política



São inúmeras as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de cidades-estado independentes entre si, com características próprias embora a maioria das cidades-estado tivessem seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.

A cidade-estado grega


Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado.
De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre algumas centenas de quilômetros quadrados e 10.000 km². Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2.500 km², Siracusa tinha 5.500 km² e Esparta se estendia por 7.500 km². A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do gregoakrósalta e póliscidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveirasvideirastrigocevada e criação de rebanhosde cabrasovelhasporcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. É estimado que Atenas importava 2/3 à 3/4 de seus alimentos e exportava azeitechumboprata,bronze, cerâmica e vinho. No mundo grego encontramos muitas pólis, dentre as mais famosas, temos Messênia, Tebas, Mégara e Erétria. É estimado que seu número tenha chegado a mais de mil no século IV a.C.
A maioria das cidades-estado gregas era pequena, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., essas cidades eram Atenas, com estimados 170 mil habitantes em sua área urbana, Siracusa, com aproximadamente 125 mil habitantes. Esparta tinha apenas 40 mil habitantes. em sua área urbana, sendo uma cidade-estado pouco urbanizada em relação às outras.
Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os séculos V e IV a.C. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das importações e exportações das cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de dracmas áticos, valor duas ou três vezes superior ao orçamento do Império Persa na mesma época .

Arte


Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

Religião

Normalmente, as cerimônias públicas, mesmo de cunho político, eram antecedidas por práticas religiosas, o que reflete a importância dareligião entre os gregos antigos. Mas essa religião foi superada pelaFilosofia.
Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (HérculesTeseuPerseuÉdipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica Mitologia.
Apesar da autonomia política das cidades-estados, os gregos estavam unificados em termos religiosos. Entre as divindades cultuadas estavam: Zeus (senhor dos deuses), Hades (deus do mundo inferior), Deméter (deusa da agricultura), Posídon(deus do mar), Afrodite (deusa do amor), Apolo (deus do sol e das artes), Dionísio (deus do vinho), Atena (deusa da sabedoria), Artêmis (deusa da caça e da lua), Hermes (deus das comunicações), Hera (protetora das mulheres) e muitas outras.
Além dos grandes santuários como os de DelfosOlímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.
Outro fato muito interessante era a existência dos homogloditas, um pequeno povo que vivia nas áreas litoranas do rio mediterrâneo, eles utilizavam a argila para a construção de estatuetas como uma oferenda aos deuses gregos, geralmente ao Dionísio, deus da humildade e da realeza.

Cultura

Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).

Educação em Atenas

Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.
Os meninos, quando ainda pequenos - aos sete anos de idade -, já começavam suas instruções na escola e em suas próprias casas. O Pedagogo - um escravo especial - eram escolhidos a orientá-los. Antigos poetas como Homero eram citados em suas aprendizagens.

Jogos Olímpicos


Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de discolutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.
Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Períodos



  • Pré-Homérico (2000 - 1100 a.C.) — período caracterizado pela penetração de povos indo-europeus na Grécia: aqueus (2000 a.C. - 1200 a.C.), eólios (1700 a.C.) e Jônios (1700 a.C.). Nesta época a civilização minoica continuava prosperando (3000 a.C. - 1400 a.C.) e os aqueus (1600 a.C. - 1200 a.C.) formaram a civilização micênica. Invasão dórica no fim do período (1200 a.C)
  • Homérico (1100 - 800 a.C.) — período marcado pela ruralização e pela comunidade gentílica. Formação dos genos e ausência de escrita. Este período é caracterizado pelas obras de Homero Ilíada e Odisseia.
  • Arcaico (800 - 500 a.C.) — Formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho, do comércio, da indústria e processo de urbanização.
  • Clássico (500 - 338 a.C.) — O período de esplendor da civilização grega. As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, no entanto, cidades como TebasCorinto e Siracusa tiveram seu papel. Neste momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos (Guerras Médicas) e internos (Guerra do Peloponeso).
  • Helenístico (338 - 146 a.C.) — Crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde a outras culturas.

História


Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas, no início do segundo milênio a.C.Os invasores foram os aqueus, os jônicos, os eólicos e dóricos.[1] As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se, na crença de que descendiam do heroi Heleno, filho de Deucalião e Pirra.
 
 
 
 
 
 
 
Heleno
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doro
 
 
 
 
Xuto
 
 
 
Éolo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqueu
 
 
Ion
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dórios
 
aqueus
 
 
jônios
 
eólios

Períodos